sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


MENSAGEM DA EQUIPA COORDENADORA EUROPEIA À

FAMÍLIA DEHONIANA
 
1. PARTICIPANTES

 O primeiro encontro alargado da coordenação europeia da Família Dehoniana decorreu em Foligno (Itália) de 18 a 20 janeiro de 2013, com os representantes da Família Dehoniana da Europa.
Estiveram presentes
- os Conselheiros Gerais da Congregação scj, Pe Cláudio Weber (responsável pela Familia Dehoniana), Pe John den Hengel (responsável pela Europa). O Pe Fernando Fonseca esteve como secretário e coordenador da animação litúrgica do encontro e membro do grupo coordenador do iter formativo.
- pelas Províncias scj, como religiosos delegados: P. Adérito Barbosa (Portugal), P. Ramón Dominguez (Espanha), P. André Perroux (EUF), P. Bruno Pilati (Itália do Norte), P. Vincenzo Martino (Itália do Sul), P. Józef Gawel (Polónia) e P. Frans Voss (Finlândia). Não puderam estar presentes os delegados da Inglaterra, da Alemanha e da Holanda.
- pelas consagradas: A Anna Maria representou o Instituto Secular da Companhia Missionária. Estiveram presentes ainda duas consagradas da Itália do Sul (Paola e Franca).
Não pode estar presente a delegada do Instituto das Missionárias do Amor Misericordioso do Coração de Jesus, existente só em Portugal.
- pelos leigos: Emília Meireles (Portugal) e Mari Carmen (Espanha). Não pode estar presente Donatella Martelli (Itália do Norte).
 
 2. OS DEHON HOJE
 
O Pe Perroux apresentou-nos o tema sobre a família dos Dehon hoje, numa perspetiva genealógica dos Dehon desde a Idade Média até hoje.
Não esqueceu de sublinhar a importância da família, nomeadamente, os pais e a avó paterna no desenvolvimento humano e espiritual do Pe Dehon.
Em 2005, reuniram em Roma 105 descendentes dos Dehon. Ainda hoje, os Dehon em França, sentem-se orgulhosos do seu Padre Dehon.
 
 3. PARTILHA DE EXPERIÊNCIAS DA FAMÍLIA DEHONIANA A PARTIR DE CADA PAÍS
 
Cada grupo apresentou o que se faz de concreto a partir da espiritualidade dehoniana: os leigos, as consagradas e os religiosos dehonianos.
Fez-se referência à Carta de Comunhão e à proposta de vida dos leigos dehonianos.
 A Família Dehoniana, entendida como o conjunto dos diversos componentes (Scj, Consagrados e Leigos) que se inspiram no projeto espiritual do Pe. Dehon, como resposta à vocação pessoal e missão na Igreja, é hoje uma realidade. (Carta de Comunhão, nº 1).
O Fundador tem o dom particular de perceber a dimensão do carisma, de vivê-lo em primeiro lugar, de propô-lo à Igreja como "Projeto de vida evangélica" que vai além das fronteiras do Instituto que ele funda.
Neste sentido, o Fundador é um verdadeiro "pai espiritual", mesmo quando o carisma, prolongando-se no tempo, se transmite e se exprime em novas formas, que não foram percetíveis até ao presente; formas que depois foram reconhecidas como autênticas e aprovadas pela Igreja. (Carta de Comunhão, nº 5).
 
 
4. ITINERÁRIO FORMATIVO PARA OS LEIGOS  ADULTOS DEHONIANOS
 
Antes de mais, a Espiritualidade Dehoniana caracteriza-se por alguns elementos fundamentais:
a.         a centralidade do mistério do Coração de Cristo, como amor que atinge os homens e que revela o amor do Pai - amor esse rejeitado pelo pecado;
b.         a participação na oblação de Cristo na Eucaristia celebrada e adorada, partilhando os sentimentos pelo Pai e pelos homens, cooperando na construção da civilização do amor;
c.       a aceitação da Virgem Maria como modelo de disponibilidade na fé;
d.         o "sentir com a Igreja", o partilhar a paixão pelo anúncio do Evangelho, o empenho pela justiça, pela verdade, pela solidariedade, pela cultura...
e.         o ser profetas do amor e servidores da reconciliação, atentos aos apelos da humanidade (promoção da dignidade humana, da paz, da fraternidade universal).
Tudo isto se concretiza num estilo de vida pessoal, caracterizado pela união com Cristo e pelo atento e cordial acolhimento das pessoas, por uma plena inserção na realidade do próprio contexto em que estamos inseridos e na história humana. Orienta a missão da Igreja com acentuação privilegiada no anúncio do amor de um Deus misericordioso e compassivo e no testemunho do amor e da ternura de Deus, que se manifestam no coração humano de Cristo. Recorre a sinais visíveis, como a adoração eucarística e a oblação reparadora, o culto ao Coração de Jesus, a memória do Pe. Dehon... por meio dos quais manifesta a sua identidade. (Carta de Comunhão, nº 11).
Neste sentido do projeto, o P. Claudio Weber, conselheiro geral, responsável pela Família Dehoniana, apresentou aos delegados da Europa a proposta do Itinerário formativo para os Leigos Dehonianos Adultos:
 
Fase inicial: criar “Familiaridade com a vida dehoniana”, e pode ir de alguns meses a um ano.
Fase de aprofundamento, está dividida em três anos:
§  Primeiro ano: “Encontrar Jesus Cristo com o P. Dehon”; tem como conteúdo a relação do P. Dehon com Jesus Cristo;
§  Segundo ano: “O caminho do P. Dehon”; tem como conteúdo a vocação e a comunhão do P. Dehon na Igreja;
§  Terceiro ano: “Para a vida do mundo”; tem como conteúdo o apostolado e a dimensão social do P. Dehon.
Fase da Formação Permanente, quer proporcionar conteúdos para a perseverança no compromisso assumido como Leigo Dehoniano. Alguns destes conteúdos poderão ser propostos novamente com ulteriores aprofundamentos. (Cf. Itinerário Formativo).
Os grupos de trabalho e a partilha ajudaram a encontrar uma orientação comum e a sintonizar melhor no modo como elaborar o itinerário formativo.
 
5. ESCOLHA DO GRUPO COORDENADOR DA FAMÍLIA DEHONIANA DA EUROPA
 
Foram escolhidas as pessoas do grupo coordenador:
voz dos scj: p. Adérito Gomes Barbosa (Portugal) e p. Bruno Pilati (Itália)
voz das consagradas: Anna Maria Berta (Companhia Missionária) e Paola (Itália),
voz dos leigos: Cármen Portals Gòmez (Espanha) e Donatella Martelli (Itália)
O P. Adérito Barbosa foi eleito, pelo grupo, como coordenador do coordenamento europeu.
 O grupo coordenador da Família Dehoniana da Europa:  
·        É um instrumento de coordenação ao serviço do caminho da Família Dehoniana na Europa;
·        É formado por representantes das várias vozes;
·        As vozes deveriam ter uma vida-organização própria e sentir-se ao mesmo nível na dignidade e na responsabilidade nos encontros de coordenação;
Como um diretor do coro, o grupo coordenador europeu da Família Dehoniana escuta as várias presenças da Família Dehoniana, coordena, informa, relaciona, sustém, confirma ou ajuda a esclarecer; procura encorajar e rever o que for necessário. A internacionalidade pode ajudar a presença local.
O grupo deverá promover a comunhão, a comunicação, e a partilha dos materiais formativos e subsídios.
 
 6. PERSPETIVAS
 
 Em 2014, está previsto uma reflexão a partir da Administração Geral da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus sobre a partilha do carisma na família dehoniana; após a Páscoa de 2014, poderia fazer-se um encontro internacional no qual deveriam participar os convocados destes dias em Foligno (aos quais chamamos coordenamento europeu alargado da família dehoniana). Nessa ocasião, poderá aproveitar-se para realizar um encontro de coordenamento europeu alargado, segundo uma agenda de trabalho preparada pela equipa de coordenação da família dehoniana da Europa.
 
7. MISSÃO DEHONIANA
 
 Condividimos o que diz a Carta de Comunhão da Família Dehoniana.
A missão Dehoniana exige:
a.       “instaurar o Reino do Coração de Jesus nas almas e na sociedade”, animados e estimulados pela nossa espiritualidade característica;
b.       colaborar na instauração desse Reino com a oração e com o empenho concreto em favor das pessoas, da Igreja, da sociedade, no âmbito da Igreja local;
c.       estar aberto a eventuais colaborações pastorais com os outros componentes da Família Dehoniana.
A missão Dehoniana está aberta a 'concretizações' diversificadas e não se identifica exclusivamente com uma única atividade apostólica (Carta de Comunhão, nº 12).
Assim, animada pelo Espírito, a Família Dehoniana é chamada a viver esta herança na vida quotidiana, segundo o próprio estado de vida, com empenhos concretos, pessoais e comunitários, espirituais e sociais. (Carta de Comunhão, nº 13).
 O coordenador

P. Adérito Gomes Barbosa, scj

Roma, 25 de Janeiro de 2013

 

 

 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013



De TIMOR

Caros amigos e família!

Neste novo ano, agora já verdadeiramente real para mim porque completei mais um ano de vida e conto-o sempre desde esse momento, venho de novo enviar-vos mais uma simples mensagem.
Quero antes de tudo, e gostaria de o fazer a cada um, cada uma de forma mais pessoal, agradecer a presença amiga e as mensagens de felicitações pela minha vida. Senti-me privilegiada com tanta amizade e expressões muito encantadoras, algumas pelo skype que não irei esquecer; tive a sorte de estar em Díli e por isso com comunicação, outras por telemóvel e bem cedo, quando ainda nem sequer em Portugal tinha terminado o dia anterior ao meu dia. Enfim! Cada um de vós sabe que eu não quereria esquecer ninguém na minha gratidão.
Como vos disse tivemos de ir a Díli nesses dias pois a necessidade a isso nos obriga e, como tal quando não se consegue tudo no mesmo dia, lá temos de ficar outro na Capital, foi o aconteceu. Fomos a uma paróquia, a Aileu, fazer umas visitas a famílias e partilhar um pouco da nossa vida a convite de algumas pessoas; a surpresa foi que no topo da montanha, chegadas bem perto do centro de Liquidoi, deparámo-nos com um
 valente furo no pneu. Bem o pneu estava sem  conserto!   Recorremos a uma missão lá perto e tivemos a sorte de encontrar dois padres coreanos que  empenhadamente nos ajudaram e pudemos regressar a Díli sãs e salvas apesar da chuva, lama e os característicos buracos por todo o percurso. Pedimos a Deus que não houvesse mais furos, no Power Point podem ver estes momentos que vão fazendo a nossa história, partilhar convosco faz-me sentir acompanhada e todos são uma excelente companhia! No regresso a Díli ainda encontrámos ananases fresquinhos que serviram para o nosso jantar, natural e doce.
As surpresas em Díli são sempre uma constante muito vivida por nós e desta vez foi o encontro casual, mas muito interessante, com os 38 professores portugueses acabados de chegar a Timor, gente simpática, entusiasmados com a nova vida; ouvimos perspectivas e motivações muito genuínas, quase todos do norte, e como era de esperar fizeram-nos imensas perguntas sobre Timor, trocámos contactos, conversámos sobre Portugal, foi muito familiar e muito nosso, este momento. Deu-nos alegria e desejamos que todos eles e cada um possam empenhar-se no seu trabalho e contribuir para a educação e desenvolvimento da língua portuguesa em todos os distritos como é desejo deste governo atual de Timor Leste.

Este governo está a ter um empenho extraordinário no desenvolvimento e na ajuda às populações, tanto o Presidente da Republica Taur Matan Ruak nas suas visitas quase diárias, como o Primeiro-Ministro o “nosso” Xanana Gusmão, que nos seus discursos chama à responsabilidade das populações para ajudarem a reconstruir as estradas, ter cuidados com a saúde familiar e saúde pública. Aqui, o saneamento ainda não existe, nem agua canalizada, é necessário queimar os lixos e todos devem ter esses cuidados para evitar o alastramento de águas paradas com lixos a criar mosquitos o que, agora com as chuvas, é um grande problema por todo o lado. Todos vamos trabalhar por Timor e se Deus quiser daqui a uns anos tudo será muito mais equilibrado, tenho a certeza e acredito neste povo bom.
 
Este ano pude celebrar o aniversario natalício com dois bolos distintos, melhor, dois bolos oferecidos com muito carinho e amizade, o primeiro na Casa Provincial das irmãs Canossianas em Díli a convite da madre provincial e da nossa madre Rosa Sarmento e o segundo na comunidade em Memo – Maliana, não faltou nada do que havia, tudo foi suficiente e no dia seguinte ainda partilhei o bolo que sobrou com o grupo de adolescentes; assim a festa da vida tem outro sabor e outra alegria.
Temos seguido pelas notícias da nossa RTP Internacional os temporais em Portugal, muitos estragos, muitos prejuízos e numa época de tantas dificuldades económicas essas não são boas perspectivas no início do ano para muitas famílias. Oxalá venham dias melhores, rezamos daqui para que tudo seja superado e haja solidariedade pública nas Camaras e Freguesias.
E termino… aguardo também as vossas novidades.
Um abraço
Ir Cristina Macrino




quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Ravenna porquê?




Depois de uma hora e meia de comboio (mais ou menos regional) de Bolonha, eis que Ravena aparece chuvosa e a chover pouco, mas insistente.
Lá vou eu até à Piazza del Popolo, como que sendo um meeting point. Daí, procuro o centro de informações da cidade. Ando, ando, mas este centro está mesmo escondido, parecendo tudo menos um centro de informações.
Pergunto o que há para ver. Lá me dizem que o que eu devo ver em primeiro lugar é a Basílica de S. Vital do ano 547 pelos seus mosaicos, depois o túmulo de Dante e por aí adiante…
Mas a Basílica de Santo Apolinário in Classe? Ah! Essa fica a 5 kms. Não interessa. Como? Interessa-me a mim. Perguntei depois por uma livraria religiosa e por outra de pedagogia. Responderam-me que a Feltrinelli, que tem um pouco de tudo…
Por fim, não gostando muito da informação dos profissionais, perguntei como apanhava o autocarro para Santo Apolinário in Classe. Lá a custo, sem convicção, me disseram o número 4 na Praça dos Caduti.
Lá me dirigi para a praça e disseram-me que o 4 para Classe não se apanhava ali. Lá fui procurando informações até que perguntei a um jovem adulto como ia para Santo Apolinário in Classe. Disse que não sabia e foi-se embora. Lá eu continuei a viagem à procura de uma fermata do 4. Estava andando quando veio este jovem com carro e disse-me para entrar que me levava lá. Sem palavras, entrei e lá fomos conversando até que chegamos lá. Apenas lhe agradeci, perguntando o seu nome. Chamava-se Marcos.
Bem. Andei à procura da Basílica de Santo Apolinário construída em 549, dedicada a este santo por ser o primeiro bispo mártir de Ravenna no primeiro século da Igreja.
Dei duas voltas até encontrar a entrada para a Basílica. Lá consegui entrar. Queriam logo vender-me um bilhete para visitar o museu. Eu disse: calma lá que eu não vim visitar museus.
Perguntei ao cicerone quem tinha sido o bispo a seguir a Santo Apolinário? O homem que era cicerone ficou gago a pensar na minha pergunta. Disse-lhe que tinha sido Santo Adérito.
Não há a basílica do tempo de Santo Apolinário. Ele disse-me que no primeiro século da Igreja eram só perseguições. Os bispos não tinham lugar certo para celebrar. Iam de um lado para outro.
No entanto, entramos na basílica que no lado esquerdo quem olha para o altar quase no teto estavam os bispos depois de Santo Apolinário. O homem olha para o teto e lê aderitus. Eu perguntei onde. Depois de Santo Apolinário está ali a pintura de Santo Adérito. Fiquei tão emocionado que nem fiz zoom para ter bem o nome de aderitus. Tirei a foto que segue em anexo a este texto que é a pintura de Santo Adérito, sucessor de Santo Apolinário.
O homem ficou estupefato por eu ter descoberto isso. Questionei se havia mais dados sobre Santo Adérito. se for na Igreja de Santa Eufémia, no centro de Ravenna… mas já não deu tempo para mais…
Voltei à cidade e quando andava a pé ainda ouvi alguns comentários ao acaso: ... aquela não tem nenhum sentido maternal…outra senhora conversava com outra … as exigências da fé…
E assim a palavra grega aderitus que significa em português invencível, marcou a história de Ravenna, mesmo que os cicerones não saibam quem foi este grande santo.
NB. Ravenna, com neve no inverno e belas praias no verão, é um chamariz para visitar e apreciar os famosos mosaicos árabes…e os seus famosos monumentos…animem-se.

Adérito, não o santo, não o bispo, mas o peregrino à chuva em 22 de janeiro de 2013.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


ENCONTRO DA COORDENAÇÃO ALARGADA
DA FAMÍLIA DEHONIANA 
DA EUROPA

De 18 a 20 janeiro de 2013, em Foligno (a 20 kms de Assis), na Itália, reuniram-se os representantes das diversas componentes da Família Dehoniana: Religiosos, Consagradas e Leigos da Europa.
Estiveram presentes os Conselheiros Gerais da Congregação scj, Pe Cláudio Weber (responsável pela Familia Dehoniana), Pe John den Hengel (responsável pela Europa). O Pe Fernando Fonseca esteve como secretário e coordenador da animação litúrgica do encontro.
A Finlândia foi representada pelo Pe Frans Voss, a Polónia pelo Pe. José Gawel, a Itália do Sul pelo Pe. Vicenzo Martino e pelas leigas consagradas, Paola de Angelis e Franca Gilardi. A Itália do Norte foi representada pelo Pe Bruno Pilati, a Europa Francófona pelo Pe André Perroux, a Espanha pelo Pe Ramón Dominguez e pela leiga Carmen Gomez.
De Portugal, estiveram presentes o Pe Adérito Barbosa e a Emília Meireles. A Anna Maria representou o Instituto Secular da Companhia Missionária.
Os delegados da Inglaterra, da Alemanha e da Holanda não puderam estar presentes, manifestando-se no entanto, interessados nas conclusões do encontro, no sentido de estarem presentes em encontros futuros. O mesmo se pode dizer do Instituto das Missionárias do Amor Misericordioso do Coração de Jesus, existente só em Portugal.

O Pe Perroux, especialista em espiritualidade dehoniana, presenteou-nos com o tema A Família dos Dehon hoje. Foi interessante a genealogia dos Dehon desde a Idade Média até hoje, através das suas ramificações genealógicas quer a partir do pai do P. Dehon, quer a partir da mãe do P. Dehon.
Sendo de uma família aristocrata, chamavam-se De Hon. O de separado de Hon era sinal de que eram de famílias bem conceituadas sociologicamente. A revolução francesa quis eliminar estas categorias aristocratas da sociedade e tirou todos os de. Então De Hon passou a ser Dehon, só uma palavra.
Não esqueceu de sublinhar a importância da família, nomeadamente, os pais e a avó paterna no desenvolvimento humano e espiritual do Pe Dehon.
Em 2005, reuniram em Roma 105 descendentes dos Dehon. Ainda hoje, os Dehon em França, sentem-se orgulhosos do seu Padre Dehon.
 Continuamos o encontro com a partilha dos grupos presentes, da forma como está organizada a Família Dehoniana e os atuais grupos de leigos.
A delegação de Portugal expôs o caminho percorrido até à Carta Constitutiva da Família Dehoniana em Portugal, assim como a forma como estamos organizados atualmente enquanto Família Dehoniana.
No segundo dia, foi apresentada a proposta do Itinerário formativo para os Leigos Dehonianos Adultos, constituída por três fases: primeira fase de iniciação (um ano), segunda fase, de aprofundamento (três anos) e a terceira fase de formação permanente. Este projeto destina-se aos leigos de todo o mundo ligados às três componentes da Familia Dehoniana.
A Família Dehoniana de Portugal e Espanha, responsável por concretizar a fase inicial em dez encontros, apresentou um encontro modelo que foi analisado e discutido para que todos possamos chegar a uma maior sintonia em ordem à concretização de todo o projeto.
Os subsídios que estão a ser escritos pelos diversos países, deverão ser apresentados no encontro Mundial em Abril de 2014 em Roma, que reunirá representantes da Família Dehoniana de todos os continentes.
Para organizar a Família Dehoniana na Europa, refletiu-se na periodicidade de encontros de representantes de todos os grupos.

Foi eleita uma equipa de coordenação da Família Dehoniana da Europa para os próximos três anos: Pe Adérito Barbosa (coordenador), Pe Bruno Pilati, Ana Maria, Paola, Carmen e Donatella. Entre outras coisas, foi referido que esta equipa deverá promover a comunicação e a comunhão entre os vários grupos, proporcionará o intercâmbio de materiais e tentará concretizar actividades comuns.  
Todo o trabalho desenvolvido foi acompanhado por momentos de oração, convívio e partilha, sendo enriquecido na presidência da eucaristia em cada dia pelo P. Cláudio Weber, pelo P. John den Hengel e pelo P. Perroux. 
Este encontro terminou no domingo de manhã com uma visita a Assis, onde se respirou um ambiente de espiritualidade e de interioridade, onde o crucifixo de São Francisco nos deixou interpelações a todos nós, quando Cristo se dirigiu a Francisco e disse: vai reparar a minha Igreja que está estragada.

 Assis, 21 de Janeiro de 2013

Emília Meireles e Pe Adérito Barbosa, delegados de Portugal.






quarta-feira, 2 de janeiro de 2013


DE TIMOR
Caríssimas irmãs, amigos e família!

E assim termina mais um ano das nossas vidas, um ano par, um ano que nos mudou em muitos aspectos tenho a certeza disso, mas nunca é demais recomeçar e abrir um sorriso cheio de esperança, porque afinal, se ainda estamos vivos, é uma oportunidade de continuar o caminho e Deus lá está sempre pronto para nos receber e nos dizer como João Monge Ferreira:
O Ano Novo é redescobrir a energia que trazemos na alma, a possibilidade real de recomeçar, de ser melhor outra vez e ainda outra vez. O ritual de ano a ano, é um abanão ao nosso modo de viver, para que nos desinstalemos e compreendamos que estamos amarrados a uma ‘vidinha’ que não reflete nada de grande ou apreciável: nem Amor, nem justiça, nem esperança.
Às vezes enchemo-nos de coisas supérfluas que só atravancam. Falsos projetos, muitos preconceitos, críticas fáceis, invejas, orgulho, egoísmo qb. E terminamos como um joguete nas mãos das nossas emoções mais superficiais.
Por isso...Segue em frente. Não olhes para trás. Permite-te. Dá-te. Sê. Transforma-te
E, quando olhares para dentro de ti, serás o melhor que podes ser.
Acredita!
Não tenham medo de ser felizes.
Estamos em construção!
 Aqui em Memo na missão, o Natal ou melhor a noite de Natal e as duas semanas que anteciparam esta Grande Noite do mundo, foram momentos muito especiais para toda a gente, valeu a pena todo o empenho pois nesta Noite Feliz, surgiu a alegria expressa por pequenas coisas quase insignificantes mas que fizeram toda a diferença neste Natal. Os adolescentes e crianças aprenderam os cânticos de Natal em português sem qualquer dificuldade e ensaiaram com perfeição o auto do Natal para apresentar no momento de Ação de graças na missa da meia-noite, estavam completamente extasiados, só quem testemunhou poderá saber desta realidade tão bela.
Depois da missa o tão esperado presente de Natal para os 40 do grupo, sem papel de embrulho e sem fitinhas brilhantes, apenas a autorização para dormirem todos no nosso salão feito de palmeira; durante a tarde cada um trouxe a sua esteira, preparou o seu lugar e lá ficaram com mais duas mães que gentilmente se prontificaram a lá dormir com eles. No Power Point que partilho poderão ver essa alegria estampada no rosto daqueles adolescentes e crianças.
 A tarde do dia 24 e quase todo o dia foi vivido a preparar tudo para receber o Menino Deus, desde a atividade na cozinha com as filhoses, rabanadas e biscoites que as irmãs Olívia e Lurdes fizeram, ao terminar do presépio da residência feito por dois jovens de Memo que fizeram uma Casa Sagrada segundo o modelo da do distrito de Bobonaro, o nosso. As imagens feitas de papel pela ir. Olívia fizeram o encanto das crianças que se sentavam na varanda e sentam a ver tais figuras sem lhe tocar com umas luzinhas que piscam muitas cores. No dia seguinte foi oferecido o pequeno-almoço a todo o grupo, graças à generosidade de alguns em Portugal que nos enviaram umas coisinhas doces e a outras pessoas aqui, em Timor, que também partilharam alguns alimentos para este pequeno-almoço do dia de Natal. Para o próximo ano quem sabe se muitos mais poderão usufruir de um pouquinho melhor, ter mesmo até uma ceia de Natal e até mesmo um simples presente. Quando acreditamos podem acontecer milagres inesperados!

Obrigada por todos vós terem contribuído para a minha existência ser um pouco melhor, ou pelo menos desejar fazer esse esforço diário, que nem sempre conseguimos.
Um abraço e próspero Ano Novo.
E despeço – me por hoje neste ultimo dia do ano!

Cristina Macrino.


De Timor
 
Queridos amigos, irmãs e família

Esta é quase uma partilha inesperada, um presente recebido no início do advento que marcou este tempo, uma oportunidade casual ou sem o ser, porque gerou outras que tomaram um rumo para respostas a necessidades.O certo é que teve um sentido muito missionário para nós, para apreendermos com quem já fez uma longa e difícil experiência neste país que, por exemplo, há 9anos atras seria bem diferente do que é hoje apesar de ainda parecer ter pouco, um pouco, visto por nós e pelo nosso olhar europeu. Timor precisa de ser compreendido por nós e pelos nossos projetos de serviço e ao serviço deste povo. Em cada dia compreendemos melhor na medida em que fazemos parte deste povo, mas muito mais claro com a ajuda de quem já conhece, na alma e até no corpo, esta realidade de Timor Lorosae, com toda a sua História assumida e, pouco a pouco, integrada para continuar o longo caminho para o desenvolvimento e a dignidade que ainda falta adquirir por muitas e complexas razões.
No simples e básico Power Point que fiz para melhor fazerem, comigo ou connosco, esta viagem poderão comtemplar maravilhosas paisagem junto ao mar belo de Timor, ao verde e completar as molduras dos quadros naturais do horizonte e da beleza humana que nos sorri, algo que se repete um pouco por todo o lado e que para vós que recebeis as minhas cronicas desde que vim para Timor, já muito vos é familiar. Visto de um certo angulo tem sempre pequenas diferenças, por isso boa viagem até Manatuto, depois até Laclubar, passando por Soibada e regressando muito mais encantados apesar da dureza da viagem até Maliana, no total 9 horas de viagem com paragem em Maubara.
Desculpem entusiasmo-me a pensar alto acerca desta ilha e do impacto que tem em mim e não começo a viagem…
Encontrámos o irmão Vítor Lameiras dos irmãos S.João de Deus em Díli, e nos apresentámos mutuamente; mal o conhecíamos apesar de, em Timor, ser uma figura portuguesa publica, reconhecido e condecorado em Maio pelo presidente da Republica Cavaco Silva aquando da sua visita oficial a Timor Leste. Então o irmão prontamente formulou o convite a irmos conhecer a sua missão a Laclubar, o que nos encheu de entusiasmo porque tínhamos realmente esse desejo tendo em conta o objetivo da missão, um centro de apoio à saúde, direcionada para a saúde mental.
E na data combinada, início de Dezembro, lá fomos ainda antes das chuvas torrenciais começarem a condicionar as estradas. Em Díli encontrámo-nos com o irmão pois coincidiu, para nossa sorte, com uma ida dele e depois de almoço lá fomos todos. Carregámos os dois carros com todo o material que ele precisava para a missão, pelo menos já fomos uteis e lá fomos felizes e contentes! 
A viagem de Díli a Manatuto durou 2 horas, muito boa estrada mas numa paragem já depois de Manatuto o irmão com um excelente sentido de humor e serenidade, explicou que a viagem de Díli a Laclubar é dividida em três estados: o céu de Díli a Manatuto, o purgatório de manatuto até à última aldeia antes de subir as montanhas e o inferno desde essas subidas das montanhas até Laclubar. Ah! Acrescentou que para Soibada nem o diabo lá quer ir, só Nossa Senhora lá mora. E assim se confirma toda esta discrição, mas acreditem vale a pena arriscar o caminho, percorrer os três estados e até ir a Soibada porque a riqueza que destes lugares advêm é imensa.
O irmão acolheu-nos e acompanhou-nos de uma forma tão sublime em gentileza, paciência, como se tivesse todo o tempo do mundo e na realidade sempre carregado de trabalho naquele imenso mundo, que eu considero um oásis entre montanhas, lá encontrámos de tudo um pouco até frio sentimos de noite, coisa rara em Timor, mas a altitude é muito grande e daí a temperatura à noite ser mais baixa. Esclarecemos muitas duvidas, pedimos conselhos, pedimos contactos, trocámos ideias e experiências, uma graça e um presente de Deus esta visita a Laclubar. As imagens no Power Point falam por si.
A ida a Soibada foi realmente quase inacreditável, por isso nem o “diabo” lá quer ir, mas é um lugar belíssimo, diz-se que chamavam a Soibada a Coimbra de Timor, por ser lá o centro de formação de vários âmbitos; primeira missão dos Jesuítas em Timor, primeira missão das irmãs Canossianas em Timor, agora nenhum deles lá está, estão outras missões. Tem ainda o Santuário de Nossa Senhora de Aitara, aonde todos os anos os timorenses fazem a sua peregrinação.
É impossível escrever o suficiente para expressar tudo o que vivemos nestes 3 dias. Sinto sempre que partilhar torna a experiência um pouco também dos outros, e assim ganhamos todos, uns mais outros menos de acordos com as suas motivações, interesses e sensibilidades.

 Mas o que é para uma maravilha e digno de ser louvável não deve ser guardado numa caixinha escondida.
E termino, foi realmente um ano intenso de vivências, daria um livro de muitas coisas… obrigada pela vossa simpatia e amizade, a muitos de vós, amigos, família e irmãs de Congregação dedico tudo o que me deu alegria, felicidade e um entusiasmo constante para dar um sentido novo ao bem que anseio para este povo e para todos os povos.

Um abraço amigo e votos de uma boa despedida de 2012!

Cristina Macrino