segunda-feira, 17 de setembro de 2012

 

HOMILIA NO BATIZADO DO SOBRINHO NETO
JOÃO HENRIQUE



 
A Mara Isabel, médica de profissão, quase especialista em gastroenterologia, é filha da nossa irmã Maria Angelina, casada com o Augusto da Cunha Barbosa. O seu marido é o médico Pedro Henrique e o menino a ser batizado foi o João Henrique.
Embora sendo o meu irmão o oficiante do batismo do nosso sobrinho neto, pediu-me para fazer a homilia (suponho que seria para eu fazer qualquer coisa na cerimónia), na véspera à noite. Lá rabisquei o que a seguir transcrevo:
1.Estamos aqui hoje, neste momento, a celebrar, porque somos cristãos, porque somos cristãos com fé, como é intitulado o meu último livro, presente nas livrarias.
Dizia o grande pensador espanhol Ortega Y Gasset que há sempre o latente e o patente. Por detrás de uma pintura, de uma escultura, há sempre a beleza, a bondade ou o sofrimento. O iceberg esconde mais gelo do que aquele que mostra.
O cristão apresenta expressões visíveis da fé (patente), mas o alicerce, a raiz, a convicção que constituem o latente são muito mais profundas. É a dialética da Carta de S. Tiago: fé com obras e fé sem obras.
2. O segundo pensamento refere-se à vida. O evangelho de Lucas fala da alegria sentida pelos pais de João Batista: Zacarias e Isabel. Podíamos acrescentar aqui a alegria sentida pelos pais do João Henrique. E aqui há um paralelismo entre a família de João Henrique e a família de João Batista. O filho é João numa família e noutra. A mãe de João Batista é Isabel. A mãe do João Henrique é Mara Isabel. O pai do João Henrique não é Zacarias, mas é Pedro Henrique, tendo em comum com o filho, Henrique.
No Antigo Testamento, o nome é dado à nascença. Aqui em João Batista, o nome é dado por Deus através do anjo. Em hebraico, João é Iohanan que significa “dom de Deus”, “cheio da graça de Deus”, “agraciado por Deus”, “a graça é misericórdia de Deus”, “Deus perdoa”.
Como sabemos, na Bíblia temos duas grandes personalidades com o nome de João. João Batista que batizou Jesus Cristo em água no Rio Jordão. Temos também o apóstolo João que foi um dos Doze Apóstolos. Foi o apóstolo que viveu mais tempo. A tradição refere que viveu quase 100 anos e foi um dos poucos que não foi martirizado.
João é um nome que se usa muito em várias línguas (temos vários na nossa família) e o seu correspondente feminino também é comum como a Joana (também na nossa família).
3. Vamos celebrar o batismo do João Henrique. Este ano o papa Bento XVI lançou o chamado ano da fé, intitulando o seu documento: Porta da Fé. E a porta da fé é o batismo. S. Pedro define os batizados como pedras vivas, como pedra angular para a construção de um edifício espiritual.
É o que esperamos do João Henrique ao aderir oficialmente à Igreja Católica: ser vivo nas traquinices, mas ainda mais vivo na fé, na catequese, na vida.
E termino com um pensamento grego: por mais que saltemos para o ar, nunca podemos alcançar o céu. Necessitamos de uma mão que nos seja estendida do alto e nos alcance.
Que os pais, familiares e amigos ajudem o João Henrique a dar a sua mão à mão de Deus que vem do alto.
Adérito Gomes Barbosa scj
Crestuma, 16 de Setembro de 2012 (13horas).


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