terça-feira, 24 de abril de 2012


XV ENCONTRO NACIONAL DA JUVENTUDE DEHONIANA
Fátima, 20-22 de abril de 2012
Na senda de Dehon, embarcar na missão

De 20 a 22 de Abril de 2012, uma centena e meia de jovens reuniu-se em Fátima, no renovado Centro Paulo VI, para o XV Encontro Nacional da Juventude Dehoniana, era a chegada a bom porto das atividades do ano com o lema: "Na senda de Dehon, embarcar na missão".
 
Embarcámos dos vários centros – Açores, Algarve, Coimbra, Lisboa, Madeira e Porto – mas todos com o mesmo destino, aos pés da Virgem de Fátima, com a bússola de Leão Dehon, dispostos à missão.

Sem medo do mar, do vento ou da chuva viemos à procura da ilha do tesouro, das atividades, da alegria do encontro, da colaboração, da oração, da caminhada do festival de encenações.
 
Ao fim de um caminho navegando pelos valores dehonianos não pudemos esquecer de onde partimos:
- desde a disponibilidade, na sua abertura a Deus e aos outros;
- passando pela interioridade, sabendo que o essencial é invisível aos olhos;
- em contemplação do amor de Deus na solidariedade pelos nossos companheiros de viagem;
- querendo andar em comunhão, pois o mar não se navega sozinho;
- partimos em missão de testemunhar, na alegria de um sorriso, na criatividade, na coerência, a própria fé.

Na alegria de participar na missão de Jesus Cristo, testemunhado a nossa própria vida, na celebração da Eucaristia, fomos enviados.

No festival de encenações, traduzimos de forma artística a nossa alegria, a festa, o convívio, e o sentido de missão em Igreja, mostrando-a jovem porque evangelizada pelos jovens.

No próximo ano, celebrando com a Igreja o ANO DA FÉ seremos conduzidos ao XVI Encontro Nacional da Juventude Dehoniana, de 12 a 14 de Abril de 2013 em Alfragide com o festival de canções, com o tema “Com Dehon, celebramos a fé”.
 Fátima, 22 de Abril de 2012.
Os Participantes

sexta-feira, 13 de abril de 2012

... Páscoa em ... Timor

 
 Queridas irmãs, amigos e familiares

 De novo convosco já em pleno tempo pascal, tenho imenso para vos dizer com tanta azáfama que aqui tivemos de fazer com a chegada da Pascoa, acumulei muitas coisas que agora quero pôr em dia. Uma delas é agradecer as mais distintas mensagens que recebi de todos vós, nas mais variadíssimas expressões, que sempre me comovem imenso e tocam o meu coração pela amizade que nos une apesar desta grande distância geográfica. Mas como diz o nosso poeta: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Esta primeira partilha é das celebrações da Semana Santa, que tal como em Portugal, aqui o espirito, a fé a preparação e a participação é profunda e muito sentida por este povo. Pelo conjunto das imagens irão ver a sequência das celebrações, iniciadas pelo domingo de ramos, teve um atraso de quase 2horas mas que de forma bastante surpreendente, este povo de Memo esperou pacientemente que chegasse o pároco para dar inicio à procissão de ramos até à Capela, era uma multidão variadíssima,  pessoas de todas as idades e vindas das montanhas mais próximas que percorreram quilómetros para poder participar nas celebrações, neste domingo de ramos como no Tríduo Pascal. As celebrações do Tríduo Pascal foram no espaço exterior à Capela onde futuramente sonhamos construir o nosso Centro Juvenil Padre Manuel Nunes Formigão, apesar das condições físicas não serem minimamente luxuosas, como nas nossas igrejas e catedrais em Portugal e em toda a Europa, foram realizadas com muita dignidade em termos litúrgicos, expressão de fé,  vivência da Adoração Eucarística na Quinta Feira Santa,  a adoração da Cruz na Sexta Feira Santa e uma
multidão de luz na Vigília Pascal.  Foram horas de oração, silêncios, participação, onde as crianças pequeninas mesmo a cambalear de sono, mantinham se até ao fim com a vigilância dos pais e sobre o olhar de tantos como nós, as “ilustres” portuguesas, como eles nos tratam e nos veneram, é absolutamente incrível a sua atitude perante a nossa presença, confunde-nos por dentro, e ficamos sem saber o que dizer, nem o que pensar. Ajudámos nalguns momentos das celebrações, especialmente na distribuição da Comunhão
e a dar a beijar a cruz na Sexta Feira Santa,  e colaborámos também nalguns pequenos detalhes da preparação. Uma Preparação para a Pascoa bem diferente do habitual, o que mais nos custou, aliás essa é a grande dificuldade como sabem, é a questão da comunicação e da língua tétum que não sabemos ainda, embora já consigamos compreender algumas palavras com a frequência da repetição e também algumas pessoas, como os professores e alguns jovens que anseiam muito aprender o português e nos procuram para falar e nos ajudar, são pequenos, mesmo muito pequenos, mas creio que não será impossível chegar a essa meta. 
Deliciem-se com as imagens das celebrações, algumas vai ver que são bastante expressivas e que dispensam qualquer palavra.
                                                                                                                    Um abraço e saudades a todos.


sábado, 7 de abril de 2012


Cronica de Timor  5 de Abril de 2012

  
Caríssimas irmãs, amigos e familiares
Chegou a hora de regressar até vós depois da travessia dum árduo deserto, que muitos de  vós já o conhecem e nos acompanharam nas mais diversas formas de presença e que contribui grandemente para chegarmos ao termo desejado, para os nada sabem porque é impossível dizer a toda a gente, direi agora e partilharei esses momentos que fizeram deste tempo de quaresma o mais evangélico de todas as quaresmas da minha existência, e digo-vos que não exagero e porquê? Porque as muitas pessoas envolvidas nesta minha vivência fizeram toda a diferença e tornaram o caminho de deserto forte e com imenso sentido! Esta será também a minha forma simples de prestar homenagem a todas essas pessoas, uma homenagem de profunda gratidão, afinal Deus caminhou connosco e expressou de forma singular a essência e as razões pelas quais somos cristãos desde o nosso batismo. Para muitos de vós e eu sei disso muito bem, esta é uma comunicação não muito regular e muito  pouco utilizada no vosso dia-a-dia, desejo que façam esse esforço para que compreendam os motivos que me levam a escrever assim, e não da forma mais vulgar, como muitos estão habituados.
Este tempo que vivemos não tem aventuras interessantes, mas teve uma prova de fogo, como lhe gosto de chamar, porque o foi, uma verdadeira prova de fogo à nossa adaptação já feita a Timor, aliás as ultimas fotos que tirei aqui no nosso espaço em Memo foi ao fogo feito por adolescentes que decidiram queimar restos de ramos velhos que cobriam as ruinas dum espaço que futuramente será transformado e eu apenas por curiosidade fotografei, ironia da vida ou coincidências incompreensíveis, foram as ultimas fotografias que aqui tirei e que também partilho convosco.
 A irmã Olívia ficou gravemente doente e tudo foi muito rápido nem deu tempo para perceber a gravidade, o que foi melhor assim, como enfermeira sabia que o importante era perceber o que se passava e pedir ajudar rapidamente, sem medos ou receios mesmo que os tivesse a sentir, e assim foi, em 24horas de nada valeu os chás, o repouso, mesmo a medo lá fomos para Díli, a minha primeira viagem a conduzir, um choque de adrenalina ao longo de 4horas e meia, tão já vossa conhecida, desta vez com duas grandes diferenças, eu a conduzir e a Olívia doente, mas era necessário chegar rápido e pedir ajuda… A Mana Lina, a nossa Mana de Díli, veio ao nosso encontro, sempre pronta para tornar mais leve o que é difícil, é uma característica que lhe é inerente, uma mana de verdade! Acabámos por nos encontrar já não muito longe da zona de Díli, nem vos digo o alívio que senti quando ela apareceu pela minha frente, como me soube bem ver o sorriso aberto dela e dar-lhe aquele beijo, significava várias coisas: que estava perto, que estava já a salvo se algo piorasse e que já tinha ultrapassado todos os obstáculos mais emblemáticos da viagem de Maliana a Díli.
 E, no dia seguinte lá fomos tirar a prova dos nove, a análise para determinar o diagnóstico, e foi claro como a água do pacífico cujo fundo se vê claramente: Dengue, ou o “mr. Dengue online in the body”, O terrível dengue visitou a ir.Olívia juntamente com uma infeção urinária já bem avançada, enfim dados estes confirmados, há que tomar as medidas certas e a Mana Lina, dedicada e atentíssima, sem hesitar chamou a doutora para avaliar e determinar o que fazer, o olhar dela ao ver o resultado foi de assustada e preocupada apesar da sua intensa experiência nestas situações de doenças endémicas, internar rápido porque este tipo de dengue é mesmo mau, as consequências podiam as piores e graças a Deus tudo foi superado como a maioria de vós sabe. Mas a passagem por este ciclo no hospital, foi uma rotina profunda, desafiante, observar os cuidados dos profissionais, tentar compreender qual a sua própria filosofia nesses mesmos cuidados, mas acima de tudo, a tensão e o medo, a preocupação e a esperança foram fortalecidos e firmes porque um grupo de pessoas todos os dias, varias vezes ao dia em diferentes horários ali estavam connosco de forma gratuita. A mana Lina era a fortaleza persistente, consigo levava a Gina, uma menina delicada que sorri atentamente e transmite a paz, outras meninas do centro juvenil, a Bendita que ao longo dos 9 dias passou as noites com a Olívia para que eu descansasse, e os padres Martins e Felgueiras, lá passavam todos os dias para dar a comunhão umas vezes os dois outras cada um por si, e deixar uma palavra espiritual, que quereríamos nós mais? Mas tínhamos mais sim, a doutora Ceu, que conduziu todo o processo, era uma presença diária, alguém grandioso num corpo pequeno e jovem, mãe de 4filhos, não era funcionária do hospital apenas se dedicou e avaliou desde o inicio, respeitando o trabalho dos seus colegas clínicos, mas permanecendo atenta à condução do processo, duma ética exemplar, de uma simplicidade que nos deixava confundidas, em muitos gestos e expressões que não vou aqui descrever porque seria longa essa descrição, o que me encantava era a incrível capacidade de estar ali sem pressas, sem preocupações aparentes com os seus filhos que a aguardavam em casa a todo o momento, a mais pequenina com 11meses, e sempre com um sorriso tranquilizador, e eu pensava se esta medica depois de um dia intenso de trabalho ainda vem aqui por mera dedicação, sem obrigação, como poderei eu dizer que estou cansada ou estou desanimada com toda esta situação? Não posso! Por isso vamos vencer isto porque a força humana carregada de algo muito forte está aqui entre todos eles que estão comigo e com a Olívia e conseguimos! Vencemos! Certo é também que não esquecerei a presença das irmãs em Portugal e amigos que destacamos um em especial, o Padre Adérito Barbosa, Dehoniano, que logo que soube que a irmã Olívia estava doente, expressava a sua preocupação e solidariedade em diferentes formas de comunicação e oração até chegarmos à recuperação completa, a Superiora Geral, ir. Ana Paula diariamente nos acompanhou, era mesmo um bálsamo ouvi-la nesta longa distância, entre outras irmãs, fomos umas privilegiadas, apesar de alguns momentos de desespero, devo confessar, medo do pior que nem me atrevo a descrever, guardarei para mim, mas estou pronta para receber o Ressuscitado, porque O encontrámos entre nós, no meio de tantos minutos, horas e segundos de variadíssimas emoções, sentimentos e silêncios, não estamos prontas para outra, esta valeu por toda a vida, apesar de sabermos que tudo se pode repetir porque estamos numa realidade de eminente possibilidade de o dengue nos chegar, mas confiamos que não, vamos proteger-nos e tudo correrá bem, se Deus quiser.
Também estas duas semanas foram marcadas por dois trágicos acontecimentos, o primeiro foi a notícia de que um militar da nossa GNR em Díli, tinha falecido por um complicação pulmonar e também com o dengue, o que nos consternou imenso, e também toda o plantel da GNR em Díli, um jovem de 26anos aqui em Timor há 4meses, e terminou o seu ciclo vital desta forma, difícil, doloroso, incompreensível, lá vem a pergunta, porquê? O padre Felgueiras foi ao quartel celebrar as duas missas, a primeira logo no dia imediato à sua morte, e que segundo a Mana Lina que levou as meninas do Centro Juvenil, o ambiente entre os militares era de lagrimas silenciosas, e a segunda em que eu e a Olívia já fomos era também um doloroso pesar pelo jovem que apenas a sua fotografia diante do altar, o tornava presente. O padre Felgueiras com os seus frescos 90 anos, fez um discurso muitíssimo humano e espiritual, nunca esquecerei esta Eucaristia por isso. Custou-me estar ali naquele silencio entre os militares, o Presidente da Republica de Timor e o Embaixador de Portugal, mas no entanto trouxe comigo uma certeza eterna e única na palavra daquele missionário, a vida é uma continuidade para além da própria vida, ele disse mais, referindo-se a um pensamento do Padre António Vieira: “os portugueses nascem na Pátria e morrem no mundo”, como grandes aventureiros ao serviço da humanidade, honram assim um império que agora é inexistente mas de um povo a heroico e de grandes feitos!
O segundo acontecimento, foi sem dúvida a noticia do súbito falecimento do Frei Carlos furtado O.P, um apóstolo dominicano, zeloso, feliz, alegre, encantador na sua comunicação, um sacerdote exemplar e cativante que marcou e tocou todos os que tiveram o privilégio de ter contacto com ele, como eu e alguns de vós tiveram, acredito que a sua falta é enormíssima na Igreja e na Ordem Dominicana, afinal era jovem e incomparável nas suas imensas actividades pastorais, mas creio, porque o sinto, que continuará a ser presença viva entre nós que o guardamos no coração e agora brilha eternamente em Deus, até eu o consigo imaginar junto de Deus!
Respiremos de alívio depois da prova de fogo superada e nada como subir a montanha da cidade de Díli e ir até ao Remexio e visitar as Dominicanas de Santa Catarina de Sena e conhecer a sua obra e intervenção em tão belíssimo lugar! Que lugar aquele de tanta beleza que arrepiava olhar aquelas encostas sobre a cidade de Díli: “é um belo horrível”, dizia a irmã Olívia naquela viagem que a Mana Lina nos presenteou. Fomos acolhidas pelas irmãs dominicanas com muita simpatia e agrado, nada podia ser mais agradável, uma casa linda, num lugar belíssimo, com pessoas extraordinariamente naturais, portuguesas e que nos serviram um saboroso café, uma compota de goiaba deliciosa, feito por elas e um pãozinho de comer e chorar por mais, foi uma manhã de quinta-feira com alguma emoção depois de tantos dias em deserto, o primeiro daqueles dias. As fotos em anexos testemunham esses momentos e as instalações que serviram de inspiração futura para nós.
No dia seguinte continuámos a nossa recuperação lentamente, e descemos até à praia e baía de Díli, um pouco mais descontraídas e decidimos ir molhar os pés à praia, águas cálidas e um sol escondido apesar de quentinho. Eu e a Mana decidimos depois de nos molharmos subir até ao Cristo Rei, mais de 500degraus até aquela “estranha” Estátua do Senhor Jesus, estranha porque o semblante é assustador, e carrega a tortura enganadora dos Indonésios que o lá colocaram para iludir os timorenses aquando da sua Invasão/perseguição e tomada de território, terrível eu sei, mas esta é a verdade, claro é Cristo, mas as motivações são as mais repugnantes!
Ao descer, fomos extasiadas com o pôr-do-sol, escuro e escondido entre as nuvens cinzentas daquele entardecer, mas a paz que sentíamos embora com o ainda muito cansaço, superou tudo e regressámos mais confiantes e de espirito feliz.
Desculpem todo este discurso longo e denso, mas esta é também uma parte integrante da nossa história em Timor Leste. Como sabem partilhar convosco é sempre um momento muito sagrado para mim, levar-vos a viver e reviver comigo a experiência da missão, é torná-la possível e abençoada por Deus.
Já estamos em Maliana e preparamo-nos para o tempo Pascal e um outro acontecimento especialmente para nós e que marcará a história da nossa presença em Timor, mas será conhecido depois da Pascoa.
Envio um grande abraço, agradecemos de todo o coração a vossa presença nestes tempos mais difíceis, permitam-me que o faça especialmente às irmãs de Congregação que têm expressado de forma profundamente fraterna a sua unidade e preocupação e em enviar tantos miminhos para nós, desde amêndoas, bacalhau, umas belas conservas de variadíssimas delicias, aqui é tudo muitíssimo caro, e como o correio daí para ca é muito económico, temos sorte, muito obrigada a todas.
Até breve.
Saudades e deem sempre noticias.
Ir Cristina Macrino

Cuamba, 01/04/201
                                                                       
   Testemunho da missão, 01 ano de missão em Cuamba/Moçambique/África.
“Descalça em chão sagrado”



Onde meus pés pisam minha cabeça pensa e meu coração ama”
A experiência de Deus è um caminho que se constrói passo a passo. Para mim, o apelo para servir em Moçambique foi uma interpelação de Deus à qual respondi sim, o que considero um passo marcante em minha vida.
Reafirmei e confirmei o espírito missionário, na disponibilidade em assumir o desafio do novo, a aventura, o sonho de lançar – me numa realidade além-fronteira e distante do já estabelecido. Entendi, a partir daquele momento, que missão è abrir- se, despojar- se, ir ao encontro do diferente.
Ressoou em mim, o pedido de Deus a Moises: Tira as sandálias dos pés porque o lugar onde tu estas pisando è um solo sagrado (Ex 3,5)
Fui ao encontro do povo moçambicano com ternura e compaixão, profundo respeito e grande estima.
Muitas vezes meditei sobre a passagem bíblica de Isaias 49,6: Faço de você uma luz para as nações, para que a minha salvação chegue ate os confins da terra. Isso dava sentido ao dia- a dia naquela realidade.
Este período que estou nesta realidade, fortaleceu minha convicção sobre quem são os preferidos de Deus. Ao mesmo tempo, me sentir útil e também provocada a gastar a vida junto a outros povos, sentir o diferente, sendo no meio deles uma presença solidaria. Esta sendo uma experiência muito valida e não me arrependo, nem um minuto de tê - la feito. Com certeza, se não a tivesse vivido, não faria as opções que faço hoje, no dia- a- dia.
Aprendi, na pratica do dia a dia, a sobreviver como o povo, sentir o sofrimento, as privações pelas quais passam.
Aprendi a andar mais devagar, a fazer menos e a ser feliz assim. É um tempo rico! Pouco a pouco, o medo, a insegurança e a solidão foram dando espaço para a vida, pois apesar de tudo, aprendemos a viver bem.
Encontrei muita solidariedade, quando pensei que era eu que deveria ser solidaria: ser escoltada por mamãs que não conhecia e não me conheciam, ter ajuda nas costuras, bordado, crochê, na limpeza das salas, dos quintais. Provei a kanpaga, a xima, a matapa - comidas e bebida da região. Foi um tempo de aprender a ser, apenas ser!
A palavra vai sendo a cada dia mais, lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho (SL 119, 105). O senhor da messe fez-me um grande apelo e, depois de muita oração e reflexão, o chamado se fez caminho. Abracei com carinho a causa da missão em África, na certeza de que o senhor nunca nos abandona. Pela frente, muitas incertezas, outra cultura, povo desconhecido, tudo diferente.
Mas, a luz da palavra vai apontando o caminho. È preciso estar aberta para acolher o diferente, assim como ele se apresenta, no dia a dia. Assumi os desafios e fui em frente na certeza do Eu estarei contigo ate ao fim do mundo (MT 28,20). Experimentei a grande proteção de Deus, em muitas situações fortes que encontrei!
Eu vi, vi a aflição do meu povo, ouvi o seu clamor!
Vi sangue inocente derramado, lavando a terra mãe!
Vi a ambição pelo poder.
Vi a desolação! Vi escolas fechadas, fábricas destruídas...
Vi hospitais abandonados, sem comprimido, sem médicos e nem medicamentos, vi, sim, fome, sede e sofrimento!
Ali me debrucei, para formar catequistas, animadores/as de grupos, crianças, jovens e adultos, incentivar jovens missionários.
Convivo com as famílias, com os doentes, com as comunidades, partilhando e participando da vida do povo, marcando presença nos momentos alegres e tristes, nas celebrações. Incentivo e estimulo para o estudo, a reconciliação, o perdão na vivencia da irmandade.
A catequese com adultos foi à grande descoberta, na qual percebi a necessidade de cultivar a fè madura e colaborar na formação dos animadores e animadoras da comunidade. Esta sendo uma experiência maravilhosa.
Experimento alegrias, proteção de Deus, amor, companheirismo, amizade e bem querer do povo. Sinto a grande solidariedade entre os missionários e missionárias. Vi a sede de aprender, de saber, as infidas solicitações da parte do povo, o esforço de inculturacao. Experimentei a irmã doença chamada malária! A kabanga (bebida típica makua), xima, carne de elefante com batata (feito por mim, uma delicia!).
A despedida das (os) missionários que partem e o abraço caloroso daqueles que chegam, para juntos e juntas construímos nossa missão.
Participei da primeira conferencia internacional de etnobotanica em Maputo, onde pude aprender a conhecer a riqueza das plantas medicinais de Moçambique e assim ajudar no tratamento de doenças típicas do Niassa.
Um aprendizado, de profunda pratica de promover e defender a vida. Um grande obrigado a Deus, que me proporciona esta oportunidade, ao povo que nos acolhe e nos cativa e todas as coirmãs (os) missionários com as quais convivo e aprendo a contribuir para um Moçambique de paz!

Algumas fotos do nosso trabalho e convivência com o povo makua:    

Em Nampula com as irmãs Bia e Mark (convívio alegre!).

Visita nas comunidades São Pedro (equipa missionária).
Formação da comissão de evangelização (lectio divina)
                                           
Nas comunidades de Nipepe (visita de páscoa)                     
                                                                                Grande família Além Fronteira,  Flor, Célia Cota   e                    Raumundinhal                                                                             
                                       


Celebração dia da criança (01/06) na comunidade de Mitucue

Mamãs dançarinas na Zambézia, ordenação sacerdotal.


       

Caçadores de elefante, com a carne do mesmo - Nipepe.
Primeira visita ao Malawi com a comunidade de Nipepe

Mamã margarida ensinando a preparar os medicamentos com plantas!



Casa típica do povo Makua

A pia do milagre de Nipepe

Minhas companhias a caminho do Menegon, as crianças da comunidade, nossa comunicação é só o “tatata” (tchau em makua), mas elas entendem!






Estilo moçambicana, lenço e capulana, tudo gual!         


O carril de todos os dias do povo makua: verdura (xima + verdura)


Criança fabricando seu próprio brinquedo nas ruas de Cuamba

Em Metarica com as postulantes Capuchinhas e Postelianas, dia de festa!Primeira profissão de uma irmã moçambicana na congregação Posteliana!

Água sagrada, em falta!


Quadro pintando onde conta parte da historia do povo makua me Mauá.

 

Centro Nutricional de Cuamba,  promoção da saúde das mamãs e crianças.

   

Retiro para animadores de área.
 

Animando os jovens de entre-lagos (presença das irmãs da Divina Providencia)


 

Nosso assante sana, zicumo, obrigada!


Promoção da rapariga (bordado, crochê).

I conferencia internacional de Etnobotanica em Maputo


Formatura da UCM 2012.   


 

Oficinas de leitura
















Com as crianças do Menegon, alfabetização.




Comunidade Além Fronteira e os missionários da sagrada família (brasileiros) em Malema.


Flor de Maria Nascimento  
Missionária Brasil/Moçambique   



                                    

 


segunda-feira, 2 de abril de 2012



  ALVD ENVIA LIVOS PARA A UCM NIASSA

A ALVD foi entregar no dia 31 de Março mais 20 caixas de livros que se destinam à biblioteca da UCM em Lichinga.


  Continuamos a lutar pelo envio de  livros, "arma da cultura", como lhe chama o bispo do Niassa D. Élio,  pois é o melhor contributo que podemos fazer para ajudar o desenvolvimento do povo de Moçambique.

                                                                                     Adérito Gomes Barbosa