sexta-feira, 28 de outubro de 2011


CUIDADO COM O CROCODILO 

No dia 21 de Outubro de 2011, aqui na Faculdade de Educação e Comunicação da Universidade Católica de Nampula (UCM), iniciámos mais um round curricular, em ordem ao doutoramento dos professores da referida faculdade. Encontram-se cá comigo, o Prof José Matias Alves, coordenador do projecto de doutoramento, a Prof Isabel Baptista, conhecida pelos seus livros e símbolo da Pedagogia Social em Portugal, o informático da UCP de Lisboa, Prof. José Lagarto e uma jovem doutora psicóloga da Faculdade de Educação e Psicologia da UCP do Porto. Pois somos estes timoneiros que tentam fazer com que o barco navegue, sem parar. O trabalho não é fácil, já que visa a aprovação do projecto de doutoramento e nem sempre há hábitos de estudo, de investigação, de procura e de concentração. Se na Europa, é assim e há altas tecnologias, imagine-se num lugar, onde a electricidade é uma grande novidade.
Já para não falar da água. Hoje, aqui em Nampula não houve água o dia todo e é a segunda cidade mais importante de Moçambique.
No entanto, vê-se o barco a navegar…
No domingo passado, depois de ter celebrado aqui na Paróquia de S. Pedro para mais de 500 pessoas, fui juntamente com a missionária italiana da CM, Mariolina, buscar os outros professores portugueses para verem a biblioteca que a ALVD criou em Napipine: afinal é uma biblioteca de Ciências da Educação para apoio às várias faculdades aqui presentes em Nampula. Viram e ficaram admirados já com bastantes livros úteis para os alunos de doutoramento. Já estamos perto dos 4.000 livros.
Os professores leigos fizeram questão de nos oferecer o almoço a mim e à Mariolina na Quinta de Nairuku: uma quinta de madeirenses com um restaurante, em que o fornecimento de toda a carne é da quinta (galinhas, coelhos, porco, vaca…). Ah! Só para dizer que Nairuku significa sombra, já que está rodeado de lindíssimas montanhas afiadas, apontadas para o céu.
O almoço demorou e os professores aproveitaram o tempo para bombardear a Mariolina de perguntas sobre os costumes locais, conseguindo que ela encontrasse um régulo (líder tradicional) para irem falar com ele.
Acabado o almoço, fomos ver a quinta que tem um pequeno lago. Fiquei admirado, porque estava escrito em dois lugares diferentes: cuidado com o crocodilo. Diziam os outros professores: isto deve ser para as crianças não irem para a água. De repente, levanta uma cabeça da água enorme e volta a esconder-se: nada mais nada menos do que um crocodilo de 5 metros. Perguntamos a um moçambicano o que estava o crocodilo a fazer. Respondeu que levantou a cabeça para ver a comida e agora está à espera que a comida vá até ele. A Vânia quando ouviu esta explicação ficou branca.
Claro, pusemo-nos ao longe a tirar fotografias, mas o enorme bicho estava debaixo de água e depois começou a andar para outro lado, vendo nós só uma parte do dorso, como se fosse a parte de um submarino. Então todos tiravam fotografias…E deixaram de serem candidatos de comida para o crocodilo.
Seguidamente, visitámos o santuário de Rapale, dedicado ao Coração de Jesus, pelo arcebispo dehoniano moçambicano, D. Tomé. O reitor, P. Pinho pediu-nos livros, pois quer fazer uma biblioteca de livros sobre o Coração de Jesus.
Voltámos para casa, já o dia estava a acabar (17.30h já é noite).
E nós continuamos a nossa faina académica, universitária, que por ter um objectivo tão grande, alguns posicionam-se cepticamente em relação ao nosso projecto. Mas nós estamos a remar.
Nampula, 26 de Outubro de 2011.Adérito

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