sexta-feira, 11 de maio de 2012


De TIMOR

Bom dia para todos vós!

Desta vez convido-vos a fazer uma pequena viagem comigo, com a irmã Olívia, e as irmãs Clarissas de Monte Real, uma viagem natural a um lugar impensável na nossa mente, pelo menos a nós, europeus!
 Da nossa Aldeia subimos à montanha para visitar e conhecer a Aldeia de Saburai, um verdadeiro lugar do paraíso sobre terra, onde residem famílias nativas, onde parece que nada chega e muito pouco se pode levar. Mais de uma aldeia com construções típicas desta região de Timor. As montanhas são o suporte das aldeias, uma espécie de muro a proteger que banhadas pelo verde intenso são uma autêntica moldura que concentra as habitações tão genuínas.  A população fala apenas a língua materna, nem tétum falam e muito menos uma palavra em português, o assistente religioso timorense que lá vai celebrar a missa numa das capelas que está ainda de pé, disse-nos que anda a tentar aprender aquele dialeto para comunicar com aquelas pessoas.  
No topo das aldeias encontrámos um grupo de crianças e uma senhora com quem tentámos comunicar por gestos e tirámos umas fotos com eles, que com um esboçado sorriso aceitaram o  desafio fotogénico.


                                                          
 

                                                            A senhora por sua vez, ficou de pé sobre o sopé da montanha quando se deslocava para a sua habitação e ficou a olhar-nos tempos sem fim, parecia surpreendida com as visitantes, disse-lhe que a montanha era bonita, apenas me fixou sem deixar cair o que levava na mão, o que sentiria e pensaria ela?!
Ao descermos de regresso, parámos no centro de Saburai, estavam muito jovens que rapidamente se juntou muitos mais e outras pessoas mais velhas, decidi subir a um planalto para ver as ruínas de uma capela, que fora destruída, foram atrás de mim um grupo que dizia: “quer nova pra rezar”, alguém sabia dizer aquelas palavras, uma adolescente que juntou as mãos para expressar o sentimento da sua gente, comovi-me imenso com aquele apelo.
Este povo de Saburai, não frequenta a Igreja por não ter lugar de culto, só alguns percorrem horas a descer a montanha, para virem até aqui a Memo, a nossa aldeia onde existe a capela da Estação Missionária e participarem nas celebrações do Natal e Páscoa, de facto ficamos sem palavras com um pedido destes. Fiquei a pensar nalguma possibilidade, e até vos convido a todos vós a pensarem comigo e quem sabe a ajudarem nessa reconstrução para aquele povo. Apenas um telhado e uma pintura mais forte, e reformular o interior com a dignidade que lhe é inerente e já daríamos muito aquele povo. Nunca podemos esquecer que a Igreja ou Capela é o lugar onde se coloca e reúne todos e tudo para a vida de todos.

Foi uma tarde encantadora, regressámos tocadas com tudo o que pudemos usufruir naquela realidade e com vontade de regressar. O que vos posso desde já adiantar é que eu e a irmã Olívia temos um projeto a concretizar naquelas montanhas e naquelas aldeias em parceria com o assistente religioso que nos convidou para esse mesmo projeto, a muito curto prazo.



Deixem-se encantar com estas imagens das montanhas, as nuvens que delas nascem e as habitações tão originais.

E não se distraiam, sejam felizes!
Até breve.

Com amizade, Cristina Macrino.

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