segunda-feira, 7 de maio de 2012

Boa tarde a todos!

Cá estou de novo convosco para continuar a nossa história em Timor, feita de pequenos nadas que movem o dia a dia comparando com tantas grandes intervenções de outros missionários e missionárias, que dão a vida por este povo. A verdade é que este início torna-se uma verdadeira prova á nossa fé, á nossa perseverança, á nossa confiança num futuro que parece de esperança mas nem sempre o sentimento interior mantém essa certeza, mas enfim vamos respirando fundo acreditando que o sol nascente deste belíssimo Timor, será mesmo uma força que nos inundará também na missão a realizar e a construir. O mês de Abril foi marcado aqui em Timor pelas eleições Presidenciais, ganhou mesmo o vencedor e o lutador, Taur Matan Ruak, foi uma vitória de grande distância do outro candidato, foi uma satisfação nacional, graças a Deus! Nós para nossa também satisfação conseguimos a instalação da antena e a ligação da televisão para acompanharmos este acontecimento, e claro a RTP internacional que nos liga finalmente ao mundo e ao nosso Portugal. Em anexo podem ver as fotos do primeiro momento televisivo e um achado, uma garrafinha de vinho do Porto que estava trancada numa caixa de metal de Martini e que eu abri por curiosidade. O dia-a-dia é também iluminado pelo bonito pôr-do-sol que da nossa residência podemos ver e a alegria das crianças que á nossa portas chamam por nós para lhe falarmos e sorrirmos.
Agora descrevo-vos um dia na praia com o nosso grupo de crianças e adolescentes, cerca de 18 ao todo, que nas férias de Pascoa os levámos à Praia de Palaca, bem junto à fronteira da Indonésia e Timor Leste, foi um grande dia para todos! Preparámos a refeição, uma massinha cozida com atum, tudo bem embrulhadinho e lá fizemos a viagem de 1hora e meia até à praia, desde os mais pequeninos aos maiores, haviam de ver o olhar deles quando avistaram o mar, eram gritos de espanto, cantavam, abraçavam-se de tão contentes que estavam, e daí à agua foi um mero instante, com o cuidado saltaram do jipe e correram até á beira-mar, eu claro toca a correr com eles, para os vigiar, especialmente os mais pequenos que ainda eram bastantes. Foram umas 4horas de muitas brincadeiras dentro e fora de agua, basta verem as fotografias em anexo. Depois de almoço fomos mesmo à fonteira da Indonésia, lá ao lado páramos para dar uma corridinha á praia, e depararam-se com uma divertida atividade, apanhar peixes que ali estavam sobre uma pequena baía e que saltavam à mercê de quem os queria apanhar, até eu me diverti com aquele feito tão simples como isso. Observei aquelas crianças e adolescentes e pensei de facto com muito, mas muito pouco se pode dar felicidade a alguém, basta o nosso sorriso, disponibilidade nestas pequenas coisas e sentimos que afinal somos muito com pequenos nadas. Regressámos muitos bem-dispostos, eles encheram as garrafas de água com a água do mar e lá traziam os peixinhos vivos dentro daquela água, claro que não ia durar muito tempo mas pelo menos o tempo da viagem até a casa duraria, tempo suficiente para mostrar aos pais e outros amigos. Pensei também nas nossas crianças em Portugal e questionei, será que também gostariam de viver assim um dia, sem mais nada para alem desta possibilidade de brincar no mar, na areia, nas muitas conchinhas que podem encontrar, comer apenas aquela massa com atum sem nada reclamar e aproveitar uma garrafa de plástico sem utilidade para trazer um peixinho pra casa? Não sei se viveriam….
 Se damos alguma coisa, deles recebemos muito mais, basta ver o seu o brilho do seu sorriso… Não me canso de vos dizer, aproveitem as coisas simples e não se desgastem pelo que pensam que não têm, afinal o que vos falta?


 
Um abraço Ir Cristina Macrino

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