segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Crónica de Timor
27 de Fevereiro de 2012-02-26

Bom dia a todos! Depois desta pequena pausa de notícias de Timor aqui estou de novo para partilhar convosco esta vivência nestas terras da Asia final. O calor continua bem quentinho mas as chuvas também são bem fortes e até quentes, o pior mesmo é quando elas trazem enxurradas das montanhas e cortam estradas principais ao longo de dias, onde a limpeza é difícil e rudimentar, enfim torna a vida sempre com grandes emoções e os momentos irrepetíveis como irão poder ver com muitas imagens que partilho convosco.
No passado dia 17de Fevereiro participámos na festa de aniversário do bispo da Diocese, um celebração original cheia de beleza, partilha e um encantador convívio com uma multidão de timorenses que demonstraram carinho e veneração pelo seu bispo.
Iniciou a festividade com a Eucaristia presidida pelo Bispo, D. Norberto de Amaral na Igreja Paroquial de Maliana com a presença de todos os párocos da diocese e todas as pessoas que quiseram associar-se à festa, e era uma multidão e nós também. De seguida fomos até à sua residência felicitá-lo e uma multidão de crianças cantaram, expressaram nas mais diferentes formas a sua sincera alegria neste aniversario tão especial.
A próxima etapa da festa marca toda a diferença deste dia, e é inimaginável para a nossa realidade em Portugal, as imagens falarão por si e o que testemunhámos foi único mesmo!
Deslocamo-nos em carros e fizemos uma viagem de uma hora e meia até à praia mais próxima e chegados pouco a pouco pelos mais diversos grupos, fomos nos juntando pela praia. Nós fomos com as irmãs canossianas e elas levaram um camião de crianças que alugou para este evento. Chegadas à praia eu corri logo até à beira mar, já estão a imaginar, estupefacta com a beleza daquelas águas cálidas do pacífico, sim porque deste lado onde estamos temos o pacifico e eu claro comecei logo a clicar a minha sony que o horizonte me atraía imensamente. Entretanto o curioso foi mesmo a chegadas das pessoas à beira mar a começar pelo Bispo que nuns segundos se atirou às águas e atras dele as crianças, os párocos presentes, algumas irmãs e muitos outros que se foram associando ao banho do festejado, eu estava incrédula com tal coisa, mas ao mesmo tempo maravilhada com toda aquela realidade. Aproveitei para registar os diferentes quadros humanos nas aguas do pacifico, eu e o padre Peter que com a sua serena atitude de Indiano e a sua excelente Canon acompanhada do seu puro sorriso, fotografando os grandes planos e extasiar-se com humor com toda aquela festa no mar.
Chegada a hora do almoço, lá fomos procurar o nosso cantinho para o efeito, mas era um espaço conjunto e partilhado por todos, o melhor de toda esta preparação para o almoço foi virem-nos dizer que já estavam a matar uma vaca para assar, eu devo ter aberto os olhos para acreditar em tal, mas foi mesmo, fui ver com alguma repugnância o ato comunicado pela Madre Rosa que acrescentou logo que se queríamos comer um bife daquela carne tínhamos nós próprias que a cortar senão não a comíamos, e eu não a comi, não consegui e também tivemos outras coisas para comer senão até o fazia, porque não?! Seguiram-se discursos, esteve presente o presidente do parlamento de Timor que sem qualquer diferença como qualquer outro presente partilhou e conviveu com toda a gente, e fomos presenciando e conversando com muitas pessoas que tentaram falar em português com as portuguesas, foi comovente acreditem, toca-me a naturalidade de tudo isto, estou noutro mundo, noutra cultura, noutra forma de valorização das coisas pequenas da vida, o que para mim seria improvável de vir a viver, aqui é o sentido do viver, as minhas noções não serão nunca aplicadas a esta sociedade timorense que muito nos ensina, muito mesmo.
No final da tarde, começou a chover e nós regressámos a Maliana com a Madre Rosa e com as crianças, ficou por lá, mesmo debaixo de chuva, muita gente ou a maioria que já estava e muito bem-dispostos. Pelo caminho o motorista comprou dois nacos de carne para levar para casa e pendurou-os no para-brisas da carrinha, dizem que assim conserva mais do que dentro do carro, eu fico sempre espantada com estas coisas e tento reagir o mais natural possível mas às vezes é difícil.
Lá regressámos a Memo, à nossa casa muito admiradas com tantas novidades do dia.
Andámos uns três dias à caça de um rato cá em casa, numa dessas noite fui à casa de banho e lá estava o pequeno ratinho a correr por todo o lado, parecia assustado, ora eu lembrei-me vou aqui deixá-lo e amanhã tratamos-lhe da saúde, ora no dia seguinte a Olívia levantou-se mais cedo e foi a casa de banho qual não é o espanto dela que viu a sanita ocupada, chamou-me a morrer de rir com tal ocupação e o que era? Era o nosso querido ratinho a dar às suas patinhas na agua da sanita a tentar sair de lá, bem aquilo só visto, claro já devem imaginar o que aconteceu, ou melhor o que fizemos, puxámos o autoclismo e ele lá se foi em paz.
Temos o dia-a-dia cheio de peripécias, a pesada foi a que veio na passada segunda-feira, mas isso contarei depois.
Desejo que estejam todos bem, com saúde, esperança e a preparar-se para a Pásc
oa que virá num instante…
Um abraço amigo, para todos vós.

Ir. Cristina Macrino

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