sábado, 18 de fevereiro de 2012





Crónicas… Timor, 15 de Fevereiro de 2012

Boa tarde caríssimos e caríssimas!
Cá estou de novo convosco, nesta partilha longínqua. O coração diz-me que a vida só tem sentido compartilhada com os outros para também com eles percebermos o que somos e significamos, e também deles recebermos os seus valores e dons.
Aqui como devem imaginar, o ritmo, os cheiros, o clima, as pessoas, a imensidade de diferenças, não é um 2ºPortugal, como muitos de nós, ou talvez a maioria pensaria que seria, e por isso vivo ou vivemos eu a ir. Olívia cada dia e cada instante com muita intensidade e de múltiplos sentimentos, emoções, fazemos um contínuo esforço para nos mantermos integradas com humor e com atitude de descoberta ao novo para que seja positiva e até frutuosa a nossa presença nestas “terras de Crocodilo”, sabem da lenda do Crocodilo? Reza a lenda que um crocodilo transportou um menino até à ilha de Timor sem nunca lhe fazer mal mas pelo contrário, protegendo-o e deixando-o a salvo em terra, e a partir daí este animal tornou-me como que sagrado para os timorenses, uma curiosidade.
Falar deste país politicamente, é um assunto muito delicado, também não é o que a maioria de nós imagina, estamos num país pobre, básico, com estruturas que provavelmente nem há 50 anos haveria no nosso Portugal e acreditem isto não é nenhum exagero é mesmo para terem uma ideia do país.
 De facto o papel dos missionários nesta terra é também ajudar nessa falta de infra-estruturas, tal como outras organizações aqui existentes no território, em termos religiosos, sim, há muito a ajudar com o muito que se tem a receber deles, não posso ainda falar de conhecimento da realidade, é pouco tempo, mas vamos observando e avaliando, fazer o levantamento das necessidades deste povo e desta diocese, nesta pequena área que nos rodeia, muito caminho temos a percorrer. Se a língua falada fosse o português ou outra do nosso mais fácil alcance seria muito mais acessível essa compreensão da realidade. Espero que Deus conduza neste processo durante este tempo seja ele longo ou não.

Mas enquanto a realidade ainda se observa, vou descrever-vos este nosso simples quotidiano. O nosso quintal da casa é um parque de encontros, brincadeiras, canções e tentativa de apreender o tétum com os nossos vizinhos, as crianças e quem vai acenando à passagem nos portais. Todos os dias depois de acabar a escola, elas e eles aí vêm, abrem o portão com todo o jeitinho, tiram o “trinco”, que é uma garrafa de plástico cortada ao meio e que une as duas canas de bambu e toca a vir chamar as “mães”, como eles nos chamam, então conversamos, cantamos, perguntamos os nomes e tiramos umas fotos que fazem a alegria deles e claro a minha. Nas fotos em anexo poderão ver esses momentos connosco.
Decidimos também percorrer toda a região nos arredores de Maliana, e começámos pela cidade, percorremos as ruas que são acessos às casas no meio dos extensivos arrozais, horizontes sem fim de plantação de arroz, que entre as montanhas de Maliana são o conteúdo de uma “moldura”, muito mas muito belo mesmo, água por todo o lado a cair pelo terrenos plantados e os acenos das pessoas á nossa passagem no jipe. Realmente só visto!
No próximo grupo de fotos, vão poder ver e percorrer connosco uma viagem que nem a discrição expressará o que nós pudemos observar e o risco da descida de uma montanha a um lugar muito interessante!
 Tudo de bom para vós. Memo, 15 de Fevereiro de 2012.
Ir. Cristina Macrino

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