terça-feira, 7 de fevereiro de 2012


…DE TIMOR


Queridos amigos e familiares
Desejo que todos estejam bem, gostaria de escrever estas noticias da minha viagem para a Ásia a cada um de forma mais pessoal, mas de facto são tantos que enviarei assim tendo em conta que a quem envio pensei com muito carinho e amizade.
A viagem tem corrido bem, digo tem corrido porque ainda não cheguei a Díli, aproveito o intervalo de espera em Singapura para escrever. O que me impressionou nestes trajectos foi o cumprimento em rigor dos horários dos voos, penso que nem 10minutos a mais houve em nenhum, e três companhias aéreas diferentes.
Em Lisboa quando cheguei para o check-in disseram-me que não podia embarcar porque não tinha visto, o que tornou este inicio um pouco stressante mas depois de conversação e ajustamento de documentos com a TAP, tudo ficou esclarecido e embarquei bem e a correr com a minha companheira timorense, sim porque tive uma jovem que me tem acompanhado desde o inicio, de nome Ermegina, natural de Timor, mas que após cinco anos a residir em Portugal regressa ao seu país.
Chegámos a Frankfurt cedo com umas 5horas de intervalo para o voo de Singapura, andámos uma hora a pé para chegar á Gate para Singapura, eu e as minhas malas e sacos a viola e a vacina que levarei em Timor, não me faltou nada.
Em Frankfurt lá comemos e bebemos qualquer coisa e á hora prevista embarcámos para a longa e demorada viagem até à Ásia. Dormi ou dormitei quase todo o tempo e foram muitas e longas horas como sabem, mas pensei que fosse bem pior…
Chegadas a Singapura, eu e Gina, descobrimos que a agente da TAP que fez o check-in à Gina em Lisboa, não lhe enviou a bagagem para Díli mas sim para Singapura, o pior é que na passadeira rolante ela não apareceu depois de muitos esperarmos, lá fomos dar baixa dela e vamos esperar que ela apareça ou hoje em Díli ou no próximo sábado conforme nos disse o agente da alfândega aqui em Singapura. A próxima tarefa depois de quase 2horas de volta da bagagem que não apareceu, fomos á procura do Hotel para passarmos a noite, bem um hotel dentro do aeroporto e a quem perguntava diziam que não sabiam muito bem onde era até que rodámos por lá corredor em frente, escada rolante para cima e vi a indicação, o problema foi encontrar o acesso, então o que faltava foi ainda fazer o cartão de embarque para Díli e só assim conseguimos entrar na zona do Hotel e isto foi outra hora. Depois de chegadas aos quartinhos tão desejados tudo foi mais tranquilo. Conseguimos o serviço da internet nos espaços exteriores ao hotel e fomos jantar uma comida quente que ao escolhermos tinha um aspecto muito bom e era, mas para mim muito picante, resultado a Gina comeu o que pôde do meu e do dela e eu tive de comer uma sande de qualquer coisa mais vulgar, fome não tive, graças a Deus!
Outra coisa muito bonita, que poderão ver nas fotos, são os espaços pelos corredores cheios de flores e até árvores tropicais, bem eu fiquei espantada com tanta harmonia que tudo tinha o seu lugar sem destoar com nada, muito mas muito bonito. Nós, depois de nos refrescarmos no quarto e pormo-nos mais “desportivas”, usufruímos daqueles corredores cheios de tudo um pouco que mais parecia um shopping do que um aeroporto internacional.
O passo de seguida foi ir descansar, mas esforço inútil e absolutamente perdido, apesar de ter tomado um comprimidito para relaxar, só dormi apenas 2horas, a partir das 2.30 até às 7h foi esperar que o tempo passasse. O mesmo aconteceu á jovem timorense, a Gina, que nem meia hora teve de sono, segundo ela, e no avião tínhamos dormido todo o tempo.
Agora já na sala de embarque para Díli, encontrámos uma serie de pessoas de diferentes nacionalidades que naturalmente sem qualquer esforço comunicámos sobre a nossa origem, eu de Portugal, uma jovem das Filipinas, um senhor de Timor que vinha da Malásia e dois africanos que não cheguei a saber a sua origem, enfim somos cidadãos do mesmo mundo e basta um sorriso para nos fazer comunicar. Já estão a chamar e a hora da meta desta grande e longa viagem está finalmente a chegar ao fim. Continuarei lá em Timor, junto da minha companheira que me aguarda, segundo ela com “umas flores”.
Já em Díli...
A minha chegada foi carregada de uma intensa tensão de chegar depressa, depois de ter entrado no terceiro avião em Singapura, uma viagem de 4horas e pouco, tal como os outros voos, muito pontual.
à chegada uma pequena comitiva esperava por mim, a irmã Olívia, a minha, dois padres jesuítas, um deles com 90 anos registou com a sua máquina o momento, uma timorense ilustre pela sua simplicidade e um outro timorense que ajudou a carregar a bagagem, especialmente a mala pesada que veio toda estraga e partida com tantas voltas que deu na longa viagem. Fui também recebida com muita chuva e muito calor, graças a Deus!
Aqui em Díli, ficámos no centro juvenil Padre António Vieira, acolhidas de forma extraordinária e com um sorriso em casa pessoa que me viu chegar, isso tocou-me muito. Claro o cansaço era muito, a confusão do fuso horário deixou-me toda baralhada, mas após a refeição da noite dormi até de manhã sem qualquer problema, até porque a exaustão era muito grande!
Hoje logo pela manhã desloquei-me á nossa embaixada portuguesa para tratar do visto e cumprimentar o senhor embaixador de Portugal, que nos recebeu com muita simpatia e delicadeza. O dia foi passado com a irmã Olívia, a companheira da nova jornada, visitando a cidade, fazendo umas pequenas compras e tomando conhecimento da realidade desta bela cidade também muito marcada pela destruição e pobreza no povo de Timor. Enfim como devem imaginar já tirei imensas fotos e tinha intenção de vos mandar as de hoje mas já não vou conseguir fazê-lo por ser muito tarde e amanhã tenho de me levantar cedo, mas fica prometido amanha mando as de hoje e as de amanhã e contou-vos como correu estes primeiros dois dias.
Então até amanhã.
Um saudoso abraço e uma boa noite.
Ir Cristina Macrino

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